Por Patrícia França/Jornal A Tarde
O Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE) divulgou a lista dos
218 gestores públicos que estão inelegíveis para as eleições municipais
de outubro, porque tiveram as contas reprovadas, em decisão
irrecorrível, na instituição.
Se quiserem disputar as eleições terão, segundo informou o advogado
Ademir Ismerim, que recorrer à Justiça estadual, para tentar anular a
decisão do TCE, e à Justiça Eleitoral, que decidirá se vai ou não
deferir as candidaturas.
Figuram na lista cerca de 150 prefeitos ou ex-prefeitos e agentes
ligados à administração direta e indireta do Estado e dos municípios,
responsáveis pelo gestão de recursos públicos, incluindo convênios com
fundações, sindicatos, cooperativas e entidades do terceiro setor.
Entre os “inelegíveis” pelo TCE estão o
atual prefeito de Juazeiro e pré-candidato à reeleição, Isaac Carvalho
(PCdoB), e o deputado estadual Carlos Brasileiro (PT), ex-secretário
estadual do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, que é candidato a
prefeito de Senhor do Bonfim.
Enquanto Carvalho não conseguiu comprovar a aplicação de recursos
repassados pelo Estado, em 2006, para a Associação Comercial Industrial e
Agrícola de Juazeiro (Aciaj), Brasileiro teve reprovada a prestação de
contas de transferências do governo para Senhor do Bonfim, no mesmo ano,
quando era prefeito.
A relação traz outros nomes conhecidos da política estadual. O
deputado federal Oziel de Oliveira (PDT), que foi prefeito de Luís
Eduardo Magalhães e tentará um novo mandato, também está entre os
inelegíveis. Omar Britto teve duas de suas contas rejeitadas – quando
presidiu a Empresa Baiana de Alimentos S.A, a Ebal, em 2007, e a
Bahiafarma, em 2002.
O professor de Direito da UnB, Augusto Aras, assinala que, embora a
inelegibilidade só se configure quando comprovado que houve ato doloso
de improbidade administrativa, aqueles que recorrerem à Justiça para
disputar a eleição estarão concorrendo sub judice. “Podem ganhar e não
levar. Poderão ter o registro, o diploma ou o mandato cassados pelo
TRE”, disse Aras.
Para o professor em Direito Eleitoral “a dúvida normalmente afasta
os cabos eleitorais e os eleitores do político que corre o risco de
perder na Justiça”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário